domingo, 3 de julho de 2011

Descoberta maneira de ultrapassar barreira hemato-encefálica

O achado possibilita a criação de novos tratamentos para a doença de Alzheimer e acidentes vasculares cerebrais (AVC)

Nosso cérebro possui uma barreira natural que o protege de substâncias prejudiciais ao sistema nervoso que circulam no sangue. No entanto, essa barreira sangue-cérebro também impede que drogas cheguem ao cérebro. Pesquisadores da Karolinska Institutet encontraram a chave para desbloquear essa barreira.
Um tipo de célula na parede do vaso sanguíneo, chamada pericitos, pode ser essa chave. A descoberta possibilita a criação de novos tratamentos para a doença de Alzheimer e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Os resultados mostram que a barreira hemato-encefálica é regulamentada pelo pericitos e pode ser aberta de forma que permite a passagem de moléculas de tamanhos diferentes, enquanto as funções básicas do cérebro são mantidas, explica Christer Betsholtz, professor de Biologia Vascular do Departamento de Bioquímica Médica e Biofísica, que conduziu o estudo.
Barreira hemato-encefálica é o termo que descreve os vasos sanguíneos no cérebro e é quase completamente fechada. Em outros órgãos do corpo a parede do vaso sanguíneo libera substâncias no sangue, tais como a albumina plasmática e imunoglobulinas, no tecido circundante.
Em vasos sanguíneos cerebrais o caminho é fechado. Em vez disso, os vasos sanguíneos possuem uma permeabilidade seletiva, pela qual só é possível passar com transportadores específicos e enzimas. Isso é necessário, em parte porque as proteínas do plasma são prejudiciais para as células nervosas.
Recentemente, a permeabilidade vascular no cérebro foi apontada como um fator de importância potencial para doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e esclerose lateral amiotrófica.
As descobertas sobre a barreira hemato-encefálica poderiam proteger o cérebro em diferentes estados, possibilitando a abertura da barreira e a liberação de substâncias nervosas prejudiciais, como ocorre no AVC e em inflamações. E poderia ainda se abrir temporariamente para o transporte de fdrogas para tratar doenças neurodegenerativas e outras doenças cerebrais, explica Betsholtz.
No presente estudo, ele e sua equipe de pesquisa mostram como isso poderia ser feito. Um mecanismo molecular ainda desconhecido mantém a função normal da barreira de pericitos na parede dos vasos sanguíneos cerebrais. Na ausência de pericitos abre-se uma rota especial, chamada transcytos, através da parede dos vasos, levando moléculas de tamanhos diferentes, incluindo as proteínas de plasma de grande porte, a passar da corrente sangüínea para o cérebro.
"Um dado interessante é que o medicamento para câncer, que inibe certas proteínas de sinalização para o crescimento celular, tem um efeito similar à presença de pericitos, ou seja, eles estão fechando a via de transporte da parede do vaso", diz Betsholtz.
Referêncial Bibliográfico: http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/12060/ciencia-e-tecnologia/descoberta-maneira-de-ultrapassar-barreira-hemato-encefalica.

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